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Aumentar o Prestígio do Programa Espacial

Em parceria com a divulgação intensa das suas atividades, sem dúvida alguma interessava também o aumento de prestígio resultante de uma missão bem-sucedida.

A marca do acidente de Alcântara em 2003 e a falha ocorrida no Subsistema de Suprimento de Energia (que era um subsistema de responsabilidade brasileira) do satélite chinês-brasileiro CBERS 2, em 2005, ainda estavam bem vivas na memória dos brasileiros, em especial das autoridades que assinam os orçamentos que sustentam todos os projetos do programa.

Aliás, com a recente falha, no final de 2013, do satélite CBERS durante a inserção em órbita, resultando em dezenas de milhões de dólares de prejuízo para o Brasil, precisamos urgentemente de um novo fato positivo para levantar "o moral" e o prestígio do Pragrama Espacial Brasileiro novamente.

Só para se ter uma ideia, o projeto CBERS tinha um custo total previsto 35 vezes maior que o custo a Missão Centenário. Porém, apesar do investimento relativo pequeno, a missão espacial teve benefícios excelentes não só por aplicação direta, como veremos nos resultados apresentados nesta webpage, mas também por causar um efeito secundário interessante naquele momento para reduzir as críticas aos outros projetos do programa como o VLS e o CBERS.

Observe que a Missão Centenário preencheu todas as notícias sobre o programa em 2006 e, a partir de então, os comentários sobre os episódios infelizes de 2003 e 2005 perderam praticamente todo o espaço.

Assim, seja pelos benefícios diretos quanto pelos indiretos, como mudança do foco das críticas e aumento do interesse político sobre as necessidades do programa, pelo uso da lógica, que deveria nortear o raciocínio científico, todos os setores do programa deveriam apoiar e prestigiar a missão. O mesmo deveria ser válido para outros setores da ciência e tecnologia nacionais.

Em um país de dificuldades clássicas impostas a todos os esforços de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, o progresso de todos era mais garantido através da cooperação e apoio mútuo, como é óbvio em todas as atividades humanas de sucesso.

A Missão Centenário foi citada como algo positivo por diversos dos políticos esclarecidos em seus discursos no Congresso. Isso é uma excelente preparação de terreno para que todos os programas de C&T fossem mais ouvidos e considerados na questão orçamentária.

De fato, político experiente, o presidente da AEB na época da missão, Sergio Gaudenzi, soube utilizar com maestria esse expediente para promover o programa e a sua carreira, mesmo sem a cooperação adequada de todos os setores do programa e da comunidade científica do país.

Falha do Satelite do INPE CBERS