VIDA E
REALIZAÇÕES
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"Não existe segredo ou atalhos para o sucesso. Acredite no seu sonho, estude muito, trabalhe honestamente, persista e sempre faça mais do que esperam de você. Essa é maneira infalível de transformar em realidade aquilo que a maioria acha impossível!"
Marcos Pontes
Alguns Resultados Profissionais Selecionados

Atualizado em Dezembro de 2013

2013



 

Criação do Coral Infantil Astropontes

A educação musical não é complemento, é essencial na formação das crianças. Infelizmente, de forma geral, ela é colocada em segundo plano na maioria das escolas.

Em parceria com a Associação de Regentes de Corais Infantis (ARCI), a Fundação Astropontes criou, em 2013, o Coral Infantil Astropontes, com o objetivo de motivar crianças pela música e trabalhar conceitos de equipe, liderança e a associação dos conceitos dentro da música com ciência, especialmente a física.

Os pais também participam ativamente das atividades do coral, o que permite uma oportunidade de integração familiar muito importante para o dia a dia corrido da maioria das famílias hoje em dia.

Os ensaios acontecem todos os sábados na sede da Fundação, em São Paulo, SP, e são conduzidos pelo maestro Marcelo Recski, Presidente da ARCI. O coral apresenta-se, sob convite, em eventos em todo o Brasil e geralmente é acompanhado do Coral Masculino da Cidade de Alumínio.


Criação do Instituto Brasileiro de Segurança Operacional - IBRASOP

A minha ideia de criar o IBRASOP nasceu gradualmente com a minha atividade profissional no setor operacional. Durante mais de 25 anos, tenho trabalhado com investigação e prevenção de acidentes, tanto no Brasil, na área de segurança de voo da Força Aérea, quanto em outros países, com análise de riscos operacionais e investigação de acidentes na NASA e com outros parceiros do projeto da Estação Espacial Internacional.

Ao longo de todo esse tempo, e mais recentemente sendo convidado a ministrar palestras e cursos de segurança do trabalho em muitas empresas no Brasil e exterior, observei que existem sistemas similares de segurança operacional (note que uso o termo "segurança operacional" em sua definição mais ampla) em diversos setores de atividade, como siderúrgicas, empresas aéreas, empresas de energia, empresas de óleo, forças armadas, hospitais, etc.

Cada um desses sistemas tem suas condições e critérios específicos quando se trata das peculiaridades da respectiva operação. Contudo, todos compartilham uma estrutura de valores e conceitos básicos comuns de segurança operacional. Além disso, nofinal das contas, todos compartilham um fator comum: o ser humano.

O problema é que, a exemplo do que ocorre em muitas áreas de atividade, especialmente no campo técnico, não existe um compartilhamento eficiente de informações e resultados. Isso significa, na prática, perda de dinheiro e muitas vezes de vidas, pois situações, métodos e comportamentos que já foram estudados, analisados e aperfeiçoados em uma área, na segurança de voo, por exemplo, não foram compartilhados com outras áreas, que podem estar repetindo exatamente os mesmos erros já eliminados na aviação. O inverso também pode estar acontecendo neste exato momento, e acidentes aéreos poderiam ser evitados por conhecimentos que já foram desenvolvidos na operação, por exemplo, de plataformas de petróleo.

Dessa forma, decidi desenvolver o conceito do IBRASOP, inicialmente como um projeto dentro da Fundação Astronauta Marcos Pontes, e agora, já estruturado, foi transformado em uma instituição jurídica independente para servir como um "hub" de conexão entre os setores de segurança operacional das diversas áreas de atividade no Brasil e exterior. A estruturação completa, criação e operação só foram possíveis graças ao trabalho de uma equipe formada de oficiais da reserva da Força Aérea Brasileira e profissionais civis altamente qualificados e experientes em diferentes especialidades técnicas e científicas e que atuam na segurança operacional dos diversos setores de atividades citados acima no Brasil.

Portanto, o Instituto Brasileiro de Segurança Operacional, também designado pela sigla IBRASOP, foi fundado em 21 de novembro de 2013, como uma associação de direito privado, de fins sociais e não econômicos, autônoma, com prazo de duração indeterminado, propósitos científicos, educacionais, culturais e ambientais, e com a finalidade congregar profissionais de diversos setores e atividades, em prol do incremento e desenvolvimento da Segurança Operacional no Brasil.


Criação da Congregação do Bem - CONBEM

A CONBEM é um programa da Fundação Astronauta Marcos Pontes que nasceu de um encontro "iluminado". Eu havia sido convidado para ministrar uma palestra motivacional em uma instituição de caridade em Embu das Artes, SP, chamada "Obreiros do Amor e Misericórdia" (OAM). Depois da palestra, conheci o trabalho que lá realizam e conversei longamente com a liderança da instituição.

Durante a conversa, obersei que havia uma convergência mágica entre nossas ideias e ideais de "fazer o bem" para o maior número de pessoas possível, sem qualquer tipo de "distinção ou classificação" (ou qualquer outra coisa criada pela sociedade para "dividir e discriminar" pessoas e grupos). Foi nesse momento que tive a coragem de expor uma ideia que eu tinha há muito tempo, mas que não sabia como poderia colocar em prática: a Congregação do Bem.

A ideia é simples: um grupo crescente de pessoas unidas, sem qualquer distinção, para ensinar e aprender uma com as outras, usando lógica, ciência e outros conhecimentos, sempre difundindo valores positivos e o "conceito básico do bem": trate outras pessoas da maneira como você gostaria de ser tratado.

Imediatamente começamos o planejamento para a CONBEM e as reuniões estruturantes. O grupo inicial era pequeno, composto basicamente dos membros da diretoria da Astropontes, uma equipe de 6 pessoas dos OAM e alguns convidados. Com o desenvolvimento das ideias e conceitos da CONBEM, o grupo tem aumentado de forma gradual e estável.

Assim, o Programa Congregação do Bem foi criado em Julho de 2013 pela Fundação Astronauta Marcos Pontes com a finalidade de promover a disseminação global da atitude e dos comportamentos sociais, incentivando a interdependência, visando a paz e o bem comum, através do compartilhamento de conhecimentos e experiências de vida dos participantes.

2012


Lançamento do Livro "O Menino do Espaço. A História do Primeiro Astronauta Brasileiro"

Durante vários anos, pais e professores me pediram para escrever um livro contando a minha história de vida para crianças. A ideia era uma publicação que, além da história em si, também incluísse conceitos e valores interessantes para a formação do caráter das crianças. O problema era que eu, embora goste muito de crianças, não tinha nenhum conhecimento sobre escrever livros para esse público. A solução veio de uma amiga. Ela escreveu os textos do livro e eu fiz as ilustrações.

A parceria foi um sucesso e o livro, lançado em 2012, tem sido adotado por professores de muitas escolas públicas e privadas como texto para trabalhar conceitos de superação, disciplina e outros pontos importantes do desenvolvimento pessoal das crianças.

O livro pode ser adquirido, especialmente autografado por mim para seus filhos e alunos, pelo link que está ao lado esquerdo desta página. Vale a pena conferir!


Criação do Programa "Olimpíada Científica Astropontes"

A Olimpíada Científica Astropontes (OAP) para Jovens Talentos Brasileiros surgiu da necessidade observada na grande maioria das escolas brasileiras de oferecer atividades atraentes para crianças e jovens, associando o conhecimento adquirido na sala de aula com aplicações práticas do dia a dia. É um programa da Fundação Astronauta Marcos Pontes que agrega Campeonatos, Concursos, Oficinas e Palestras de diversas modalidades em um só lugar.

Ela é composta de atividades voltadas para os alunos de escolas públicas e privadas que estão divididas em categorias de acordo com o ano escolar e tem os seguintes objetivos

• Incentivar crianças e jovens para o estudo

• Motivar jovens para as carreiras de Ciência e Tecnologia

• Identificar jovens talentos nas diversas áreas de conhecimento

Assista ao vídeo do projeto no link à esquerda desta página.


Criação do Currículo do Curso de Engenharia Aeroespacial da USP-SC

Um dos grandes problemas do Programa Espacial Brasileiro é a falta de recursos humanos qualificados para liderar e desenvolver os projetos do programa no Brasil. Este certamente não e o único desafio do Programa. Na verdade, a raiz do problema está na falta de apoio da classe política eleita, que na maioria não tem conhecimento técnico científico suficiente para entender a importância da integração da Educação, Ciência e Tecnologia pra desenvolver o país e na falta de divulgação científica eficiente, que possa explicar ao povo brasileiro as razões de se investir em ciência e tecnologia nacionais para resolver de uma vez por todas os problemas sociais.

Dentro da minha área de atuação, e segundo minha decisão, feita durante os meus dias no espaço na Primeira Missão Espacial Brasileira, em trabalhar a partir daquele instante para promover a Educação, Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável no Planeta (assista o vídeo na parte superior esquerda desta página), quando retornei do voo espacial decidi criar um curso público de engenharia aeroespacial no Brasil.

Eu havia observado que, embora o Programa Espacial Brasileiro tenha dificuldades com Recursos Humanos, sua administração nunca havia dado a devida atenção à formação desses recursos. Basta notar que, entre as diretorias da Agência Espacial Brasileira (AEB), diferente de todas as agências espaciais grandes do planeta, não existe nenhuma delas voltada exclusivamente para a educação e a interface entre as necessidades do programa e a academia. Por diversas vezes, ao longo de mais de 15 anos como astronauta e parte do Programa Espacial, tenho alertado aos presidentes da AEB sobre esse fato, sem nunca ter sido ouvido. Aliás, é interessante notar que, durante esse tempo no Programa Espacial, acompanhei todos os presidentes da AEB, desde sua criação!

Quando ouço comentários sobre o acidente de Alcântara, em 2003, quando os motores do VLS queimaram ainda dentro da torre de montagem, matando 21 dos meus companheiros de programa, geralmente falam a respeito de uma "perda irrreparável" de recursos humanos. Conhecendo os profissionais que ali deram a vida pelo programa e sua dedicação pelo projeto, eu posso afirmar que a última coisa que eles queriam eram ser considerados "perdas irreparáveis" e ter o programa estagnado, como ficou por mais de 5 anos, depois do acidente. A pergunta que eu ma fazia era: "qual é a coisa mais lógica a fazer quando se tem perdas significativas de RH em uma instituição?"

Para mim, a resposta era lógica: "motivar jovens para as carreiras no programa ter prover cursos de formação!" O problema era que parecia que só eu estava vendo aquilo, que me parecia óbvio! E não havia, até 2006, nenhum curso público brasileiro de engenharia aeroespacial.

Quando retornei da missão em 2007, voltei aqui para Houston, mas viajava mensalmente para São José dos Campos, tentando convencer o reitor do ITA a criar um curso de engenharia aeroespacial. A resposta que eu sempre recebia era: "Pontes, sua intenção é ótima, mas não existe demanda para isso no Brasil!" Depois de 2 anos de tentativas, recebi uma ligação do Professor Sérgio Mascarenhas, do Instituto de Estudos Avançados da USP. Ele me queria que eu aceitasse o cargo de Pesquisador Convidado do IEA e o ajudasse em um dos seus projetos. Aceitei o convite com uma condição: que ele me ajudasse a convencer a administração da USP a criar o curso de engenharia aeroespacial público (logicamente) naquela escola, em São Carlos, dentro da engenharia aeronáutica. Ele aceitou a proposta e eu fui para a USP.

A primeira providência era criar o Departamento de Engenharia Aeronáutica, visto que o curso, até então, era uma divisão do Departamento de Engenharia Mecânica. O Professor Fernando Catalano era o líder do "projeto". Assim, em um esforço conjunto, o Departamento de Engenharia Aeronáutica da USP foi criado e transferido para o Campus 2 da USP-SC e eu pude começar a trabalhar na montagem do currículo do Curso de Engenharia Aeroespacial. Foram meses de trabalho para congregar todas as necessidades, condições e restrições, especialmente de professores qualificados para ministrar as matérias. Finalmente, em 2012, conseguimos concluir o currículo que, desde então, aguarda aprovação da burocracia do sistema de educação do estado e do país para que entre como uma opção no vestibular da USP para os futuros alunos.

Enquanto eu trabalhava com a USP, o ITA resolveu começar o curso de engenharia espacial na instituição. O que foi excelente (pelo menos parace que minha insistência teve algum efeito). Depois veio a Federal do ABC, a Federal de Minas Gerais e outras. Hoje são diversas opções para os jovens brasileiros na formação de engenharia aeroespacial pública e eles terão enormes oportunidades de mercado de trabalho, no Brasil e no exterior!

2011


Lançamento do Livro "Missão Cumprida. A História Completa da Primeira Missão Espacial Brasileira"

Quando eu retornei da Missão Espacial, em 2006, tive muitos convites de editoras para publicar um livro "contando a aventura da viagem". Acontece que a Primeira Missão Espacial Brasileira não foi uma "aventura" e muito menos uma "viagem". A Missão Centenário era um projeto do Programa Espacial Brasileiro único (primeira missão tripulada ao espaço na história do país!) com finalidades cient''icas e estratégicas muito definidas para o Programa. Ela não poderia ser comparada ou tratada com uma aventura ou uma empreitada esportiva.

A sua realização foi cercada de desafios e dificuldades técnicas e administrativas no setor público e privado que precisavam ser registrados para servir como "lição aprendida" para as próximas gerações não repetirem os mesmos erros e reproduzirem as atitudes e decisões que tiveram efeito positivo.

O livro, portanto, precisava ser um registro histórico completo. Para tanto, ele precisava conter o registro preciso dos fatos marcantes que aconteceram antes, durante e DEPOIS da missão. Assim, embora contra o senso comum de "aproveitar a onda de marketing e venda", resolvi esperar 5 anos apóa a missão para lançar o livro. Durante esses 5 anos, eu registraria os impactos, críticas, comentários, resultados, etc. da missão de forma lógica e estruturada. Todas essas informações serviram de base para a composição do livro.

Além do requisito de ser um registro de fatos marcantes, o livro precisava ter linguagem simples e ser interessante e agradável de ler para cativar a atenção do leitor. Com isso em mente, escrevi o livro "Missão Cumprida" em 115 capítulos curtos, utilizando o formato geralmente adotado para romances, descrevendo, do meu ponto de vista todos os eventos que envolveram a minha formação, a preparação, execução e impactos da Primeira Missão Espacial Brasileira. O livro é todo ilustrado com centenas de fotos e um encarte colorido. Hoje em dia, depois de várias reeimpressões, tenho o prazer de ver o sucesso dessa publicação e a sua presença em bibliotecas de universidades e escolas por todo o país.

O livro pode ser adquirido, especialmente autografado por mim para você, pelo link que está ao lado esquerdo desta página. Vale a pena conferir!


Criação e Aprovação do Programa Ecoestado na ONU

A ideia do Projeto Ecoestado surgiu em Viena, em Novembro de 2011. Como Embaixador da ONU para Desenvolvimento Industrial (UNIDO), uma de minhas tarefas é analisar e propor projetos a serem desenvolvidos pela organização. Assim, durante a 14 Conferência da UNIDO, propus a integração de projetos e metodologias de sucesso comprovado nas ecocidades do mundo em uma só localidade.

Estando na ONU, observei que nenhuma cidade do planeta tem integrado soluções completas sustentáveis de transporte, energia, resíduos sólidos, água e poluição. 

Após analisar possíveis locais para o projeto, sugeri ao Diretor Geral da UNIDO que o estado de Roraima seria o local ideal para a implantação do projeto devido às suas condições de desenvolvimento e potencial de agronegócio, além de sua localização na região amazônica, o que, naturalmente, já chama a atenção para o tema de sustentabilidade.

O projeto foi aprovado pela ONU como uma parceria entre a UNIDO e a Fundação Astronauta Marcos Pontes e seguimos com equipes técnicas das duas organizações para Roraima, para determinar em qual cidade implataríamos o projeto.

No final de alguns meses de análise de dados coletados no estado, decidimos implantar o projeto no estado inteiro. Assim surgiu o conceito de Ecoestado e, caso o Governo de Roraima aceite a proposta, poderá se tornar o primeiro Ecoestado do Planeta Terra.

Os objetivos principais do projeto são:

  • Promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental do estado;
  • Promover a cultura necessária ao desenvolvimento sustentável;
  • Promover a criação de novas empresas;
  • Qualificar novos profissionais e gerar empregos no estado;
  • Promover inovações em tecnologias sustentáveis;
  • Preservar o meio ambiente de forma eficiente e sustentável;
  • Promover a qualidade de vida associada ao desenvolvimento sustentável;
  • Demonstrar, de forma científica e prática, a viabilidade de conceitos e a possibilidade, ou não, de integração de ideias, tecnologia e metodologias sustentáveis em condições reais;
  • Transformar o estado de Roraima em um modelo mundial prático e integrado de Desenvolvimento Sustentável;
  • Contribuir para a redução dos problemas principais que afetam grande parte da população mundial.

As atividades do projeto se dividem em dois ramos: primeiro, planejamento estratégico para as cidades e o estado, de forma a desenvolver as vocações dos municípios e integrar esforços de desenvolvimento sustentável dos mesmos de forma sinergética em todo o estado; segundo, a implementação de projetos piloto nas áreas urbans e rurais do estado.

O projeto foi proposto ao estado de Roraima. O governo do estado e as prefeituras dos municípios imediatamente aderiram à ideia. A Assembleia Legislativa Estadual, por outro lado, não chegou a um acordo político com o executivo e recusou o projeto, o que impede o início das atividades no estado até o momento, em 2013.

Do ponto de vista da UNIDO e da Fundação, responsáveis pela execução técnica do projeto, estamos prontos para iniciar operações assim que o Estado de Roraima resolver internamente seus problemas políticos e financeiros.

Enquanto isso, o programa será desenvolvido parcialmente em outras cidades no Brasil e em outros países.

Assista ao vídeo do projeto no link à esquerda desta página.


Criação da WorldSkills Foundation

Em 2008, fui convidado a ser o Embaixador Mundial da WorldSkills International, que é uma organização internacional, presente em mais de 50 países, para promover o ensino profissionalizente através de competições entre jovens alunos de cursos profissionalizantes nos países membros.

Em 2015, o Brasil será sede do campeonato mundial, que acontece a cada 2 anos. O evento ocorrerá em São Paulo e será patrocinado pelo SENAI.

Entre as minhas funções de Embaixador da organização está aquela de promover a educação profissionalizante nos governos dos países membros e não membros. Nesse trabalho, observei que, embora a organização fizesse um trabalho excelente incentivando e promovendo os melhores profissionais de cada país, ainda faltava uma função essencial, do meu ponto de vista: prover infraestrutura e oportunidades para os jovens menos favorecidos, que não tinham chances de frequentar uma escola profissionalizante, ou porque não havia uma escola perto, ou porque não tinham os requisitos ou condições para frequentar os cursos. Se você conhece a minha história de vida, sabe o porquê eu considero tão importante o ensino profissionalizante. Um curso desses pode mudar a vida de uma pessoa e seus descendentes.

Portanto, em 2009, em uma reunião com o Presidente da WorldSkills International, Mr. Tjerk Dusseldorp, durante o campeonato mundial da instituição em Calgary no Canadá, apresentei minha ideia de criar uma fundação ligada à WorldSkills que tivesse o objetivo de criar escolas e promover junto aos governos dos países menos desenvolvidos a infraestrutura necessária para prover escolas profissionalizantes e oportunidades aos jovens menos favorecidos daqueles países.

O presidente gostou da ideia, mas o processo de aprovação da proposta demorou cerca de um ano na organização. Durante o processo, trabalhei com o advogado da minha Fundação no Brasil, o Dr. Francisco de Assis, para a preparação dos documentos necessários e estruturação das bases da WorldSkills Foundation.

FInalmente, em 2011, a WorldSkills Foundation foi criada, com sede em Madrid, na Espanha, e hoje é mais uma ferramenta no mundo para a educação profissional de muitos jovens.

No lado esquero desta página, assista ao vídeo que criei e que foi usado pelo Presidente da WorldSkills para promover a ideia e convencer os membros do conselho da WorldSkills International sobre a criação da WorldSkills Foundation.

2010


Lançamento do Livro "É Possível! Como Transformar Seus Sonhos em Realidade."

Enquanto eu estava no espaço, nos meus momentos de reflex'ão e complentação da Terra, nas 6 horas de descanso que tínhamos por dia à bordo da Estação Espacial Internacional, comecei a escrever cartas para meus filhos.

A reentrada na atmosfera, que aconteceria no final da missão, é o momento mais crítico e arriscado de um voo espacial. O risco de morte é um companheiro bastante presente naquela fase da operação. Uma coisa que me passava na mente não era exatamente o "medo de morrer". Lembre-se que sou piloto de combate e de testes de aviões militares - viver em situação de risco nas missões faz parte da minha vida há muito tempo. O que me incomodava naquele momento era a impossibilidade de falar para meus filhos sobre o que aprendi na vida e de coisas que foram importantes para eu transformar meus sonhos em realidade. Acho que, na essência, essa é a maior preocupação de todos os pais e mães.

Assim, resolvi escrever cartas para eles e transmiti-las ao Centro de Controle de Missão, aqui em Houston, onde ficariam guardadas aguardando os acontecimentos. Caso eu não sobrevivesse, elas seriam entregues para meus filhos pelo astronauta de serviço no CAPCOM.

As cartas não falavam de saudades ou do passado. Elas falavam de força, 'fé e futuro. Traziam princípios, valores, técnicas de definição de metas, planejamento e execução de projetos, felicidade, superação, determinação, resiliência e outros temas extremamente relevantes para o sucesso de qualquer pessoa na vida.

Quando retornei vivo da missão, recuperei as cartas e resolvi escrever um livro para meus filhos, que já eram adultos na ocasião. Para tanto, recorri ao meu campo de conhecimento: engenharia (com Gerenciamento de Projetos) e Coaching, que foi uma nova área de atuação profissional que estudei, me qualifiquei e iniciei depois da missão. Assim, utilizando a metodologia de Gerenciamento de Projetos para estruturar a sequência do texto, associado às técnicas de coaching para o desenvolvimento pessoal, escrevi o meu primeiro livro "É Possível! Como Transformar Seus Sonhos em Realidade."

Ele foi publicado em novembro de 2010 pela Chris McHilliard Editora e tornou-se um sucesso de vendas e adoção, ajudando milhares de pessoas, não só os meus filhos, a realizarem seus sonhos de vida! É uma das minhas realizações na vida que tenho mais orgulho!

O livro pode ser adquirido, especialmente autografado por mim para você, pelo link que está ao lado esquerdo desta página. Vale a pena conferir!


Criação da Fundação Astronauta Marcos Pontes.

A Fundação Astronauta Marcos Pontes, ou "Astropontes", nasceu de um sonho antigo, uma ideia que tive em 1987, enquanto aguardava autorização para pouso em Santa Maria, liderando uma esquadrilha de 4 aviões e sobrevoava uma bonita casa de fazenda. 

Pensei:  "Puxa! Aquela casa bem que poderia ser uma Fundação, para acolher e dar educação para crianças. Ali elas poderiam se tornar cidadãos e profissionais de sucesso."

Mas logo a dúvida se apresentou: "Cai na real, Marcos! Você é apenas mais um tenente aviador. Você não tem meios, nem recursos, para criar uma fundação!"

O tempo passou, mas a ideia nunca saiu de minha cabeça. 

Quando preenchi as fichas de inscrição para o concurso público realizado pela Agência Espacial Brasileira, em 1998, para a seleção do primeiro astronauta brasileiro, aquela foi a primeira ideia que surgiu em minha mente: "Talvez como astronauta eu consiga criar a fundação!"

Mas eu ainda teria de esperar mais de 10 anos para colocar em prática aquela ideia. Em 2010, já há 12 anos na carreira civil de astronauta e também ja na reserva militar, eu não tinha mais impedimentos para criar a fundação. Lembre-se de que isso seria impossível, por regulamento, enquanto eu ainda estava na ativa militar.

Após uma conversa "mágica" com o "Tio Gastão", idealizador e diretor do Centrinho, na USP de Bauru, finalmente tomei a decisão de criar a Fundação Astronauta Marcos Pontes apoiada em quatro pilares:

  • Promover ciência e tecnologia para crianças e jovens do ensino fundamental e médio.
  • Valorizar a carreira do magistério.
  • Promover o ensino profissionalizante.
  • Promover a inovação, a pesquisa aeroespacial e o desenvolvimento sustentável.

No primeiro ano de existência, a diretoria da Astropontes trabalhou na estruturação da instituição e na análise de possíveis projetos a serem realizados segundo os quatro pilares da fundação.

Em 2012, foram realizados alguns projetos piloto e desenvolvido o conceito do projeto Ecoestado, em parceria com a ONU para o Desenvolvimento Industrial.

A partir de 2013, os projetos aprovados pela diretoria começaram gradualmente a serem disparados através de diversas parcerias estratégicas firmadas no Brasil e no exterior. A fundação ainda não teve apoio ou suporte do setor público no Brasil.

2008


Criação do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico

Em 2008, frustrado com a lentidão administrativa no Brasil para o desenvolvimento de pesquisas e projetos no setor aeroespacial, criamos um grupo de profissionais, na sua maioria oriundos dos extintos Departamento de Aviação Civil (DAC) e Núcleo do Instituto de Ciência da Atividade Física (NUICAF), ambos da Aeronáutica, para estruturar e fundar o Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico (IDEA), com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do transporte aéreo brasileiro e para a gestão de atividades espaciais, por meio da realização de estudos, pesquisas, e elaboração de documentos oficiais de planejamento, projetos e programas científicos e tecnológicos no campo Aeronáutico e Espacial. Além disso, o IDEA busca contribuir também no monitoramento do meio ambiente, na produção, publicação e divulgação de informações de todo conhecimento técnico-científico que adquirir, assim como para o desenvolvimento de tecnologias alternativas

Inicialmente, eu seria o presidente do Instituto, que é uma organização sem fins lucrativos classificada como OSCIP. Porém, resolvi não assumir tal cargo devido às calúnias criadas por parte da imprensa em 2006 e seus possíveis impactos negativos ao Instituto por conta da possibilidade de alguns líderes e autoridades, que pudessem ser importantes para as atitivades do Instituto, terem sido enganados pelas mentiras da imprensa ao meu respeito e ainda desconheceram a verdade dos fatos. Esse é um exemplo de como o Brasil foi prejudicado por aquelas calúnias. Atualmente, o IDEA é presidido pelo Major Brigadeiro da Reserva Álvaro Pinheiro e realiza trabalhos em todo o território nacional.

2006


Realização da Primeira Missão Espacial Tripulada da História do Brasil

No dia 29 de Março de 2006, decolei a bordo da Soyuz TMA-8, da plataforma 1 do Centro de Lançamento de Baikonus, no Cazaquistão, para realizar a Primeira Missão Espacial Tripulada da hist'ória do Brasil, a Missão Centenário.

A missão teve duração de 10 dias no espaço e todos os seus objetivos operacionais foram cumpridos com sucesso e sem alteração.

Do ponto de vista pessoal, foi uma honra carregar a bandeira do Brasil ao espaço pela primeira vez nas mãos de um brasileiro e uma grande satisfação por cumprir a missão que recebi do meu país em 1998.

Atualmente tenho outros sonhos e objetivos, entre eles o de retornar ao espaço. Contudo, quando olho para trás, na história, sinto paz e o prazer em poder dizer: "eu estive lá, eu sei o que isso significou, significa e significará, e eu cumpri minha missão!".


Conclusão do Curso de Formação de Cosmonautas em Star City, Rússia

O curso de formação de Cosmonautas em Star City, na Rússia, foi difícil por várias razões, entre elas: a pressão do tempo – tive que cumprir em 5 meses o currículo que normalmente é ensinado de 18 a 24 meses; a dificuldade da língua – tive que aprender os rudimentos da língua Russa em 3 meses.

No final do curso, além de estar qualificado para cumprir minha missão como Especialista de Missão (Engenheiro de Voo) nos sistemas russos, também tornei-me o primeiro brasileiro a concluir o curso de formação de cosmonautas. Foi um momento marcante da minha carreira profissional.

2004


Inclusão do SENAI no Programa da ISS no Brasil

Depois de várias tentativas infrutíferas da Agência Espacial Brasileira e do INPE em integrar a indústra brasileira na construção de componentes espaciais para a Estação Espacial Internacional. O Brasil estava sem alternativas para continuar no projeto internacional.

Conhecendo a estrutura e capacidade do SENAI, resolvi tentar a sorte falando com o Presidente da FIESP sobre o projeto. Não consegui falar com o Presidente naquela ocasião, mas o Diretor Geral do SENAI de São Paulo me recebeu e decidiu incluir o SENAI no projeto, construindo os protótipos das peças brasileiras e se oferecendo para construir as próprias peças, caso a indústria nacional não se mostrasse capaz ou interessada no biionário mercado de tecnologia espacial ligado aos países parceiros e participantes do Programa da ISS.

Aquele momento foi decisivo para a continuidade do Brasil no Programa. Por essa razão, foi selecionado para esta lista.


Manutenção do Brasil no Programa da ISS

Em 2003, o Ministro da Ciência e Tecnologia, influenciado por péssimos assessores técnicos, decidiu cortar a participação do Brasil na ISS, mesmo depois do país ter um astronauta já preparado no grupo de astronautas da NASA e de gastar, na minha opinião indevidamente, quase 30 milhões de dólares no projeto com a americana Boeing. Digo indevidamente porque, do meu ponto de vista, uma das principais razões para a perticipação do país no programa deveria ser a qualificação da nossa indústria para exportar para o mercado internacional de tecnologia espacial. Mas, aparentemente, a indústria do parque aeroespacial brasileiro não estava interessada nessa oportunidade na época.

Como resultado, o país, não produzia nenhuma das partes que deveria, conforme o acordo internacional assinado em 1997. Isso levou o país a uma situação crítica entre os outros 15 países participantes do projeto. O nome do país estava, nessa área, jogado no lixo. Considerado incompetente tecnicamente para cumprir sua parte no acordo, o Brasil estava prestes a ser expulso do programa.

Foi nesse período que tive que ampliar meu tipo de atuação no programa e passar a ir com frequência ao Brasil para conversar e convencer as lideranças políticas do país, entre elas, o próprio Ministro de Ciência e Tecnologia, sobre a importância de de se preservar o bom nome do país nos contratos internacionais técnicos. Ali come'cei a aprender funções "diplomáticas e políticas" que se mostraram extremamente importantes para as funções que desenvolvo atualmente na ONU no setor de Desenvolvimento Sustentável no mundo, no setor aeroespacial em diversos países e no setor político do Brasil.

Os esforços foram frutíferos e o Brasil nunca foi expulso do programa. Por essa razão incluí esse evento na lista de realizações das quais me orgulho na minha carreira profissional. No meu livro Missão Cumprida, conto com detalhes todos os ocorridos, inclusive reuniões, na época.

2003


Investigação do Acidente com o Ônibus Espacial Columbia

O ano de 2003 foi triste. Além de uma situação péssima do Programa da Participacão do Brasil na ISS, também tivemos dois acidentes terríveis: um na NASA (Columbia) e outro no Brasil (Alcântara). No total, perdi 28 companheiros de trabalho naqueles acidentes e mais um grande amigo na AEB.

Contudo, como parte das minhas funções técnicas no setor de segurança operacional, participei da equipe de investigação do acidente com o ônibus espacial Columbia. Nessas horas, é importante lembrar da função primária das investigações de acidentes: evitar que outras vidas sejam perdidas. Em memória dos meus amigos que deram suas vidas pelo amor ao desenvolvimento espacial, inclui esse evento nesta lista.


Desenvolvimento de Displays de Interface de Painel para o Ônibus Espacial

Esse foi um projeto muito interessante que participei aqui na NASA. O ônibus espacial tinha 5 computadores de bordo que faziam a interface com os decodicadores de sensores dos sistemas e transmitiam as leituras para os paineis da forma como era feita na década de 1970, quando foram inicialmente desenvolvidos.

Com o passar do tempo e o aperfeiçoamento da tecnologia, especialmente na área de tecnologia de informação, o veículo ficou ultrapassado na interface dos sistemas com a tripulação. Na prática, tínhamos que interpretar múltiplos sinais e avisos em diversos paineis e integrá-los na nossa mente para concluir o que estava ocorrendo com os sistemas: qual era a pane!

Isso consome tempo precioso da decisão operacional e era contra a segurança de voo.

Assim, foi decidido que colocaríamos mais 3 computadores no sistema, localizados operacionalmente entre os 5 computadores originais e as informações fornecidas e comandos dos paineis. A função desses computadores era interpretar e integrar as informações fornecidas pelos 5 computadores originais sobre os sistemas e transmiti-las de forma mais concisa e rápida para a tripulação. Com isso, tinhamos que alterar a arquitetura do sistema e alterar os displays de interface com a tripulação. Trabalhamos por dois anos nesse desenvolvimento e o projeto foi adotado e incluído nos ônibus espaciais, reduzindo a carga de trabalho da tripulação em voo e aumentando a segurança.

2002


Desenvolvimento de Testes de Integração do Módulo Japonês KIBO

Sendo graduado em Engenharia de Sistemas pela Naval Postgraduate School, era natural que eu me envolvesse profissionalmente no gerenciamento de projetos e testes de sistemas espaciais na NASA. Acabei sendo designado para trabalhar e depois liderar o MEIT - Multi-Element Integration and Testing, que é uma divisão técnica do programa da ISS responsável por preparar e realizar todos os testes dos modulos e equipamentos da ISS antes de serem integrados à espaçonave no espaço.

Dos projetos desta minha função na NASA, gostaria de incluir aqui os testes de integração de um dos módulos mais completos e interessantes da ISS: O KIBO.

Trabalhei durante 3 anos entre Houston e Tsukuba, onde fica a Agência Espacial Japonesa (JAXA) com apoio da Mitsubishi Heavy Industries, para o desenvolvimento dos testes do Laboratório Japonês da ISS, um componente com preço estimado em 1,4 Bilhão de Dólares.

Em minha equipe, eu contava com quase 200 engenheiros e técnicos de vários países. Completamos o projeto com sucesso e hoje o KIBO funciona perfeitamente na ISS. É um trabalho do qual tenho bastante orgulho.

2001


Desenvolvimento de Cartas de Performance para T-38 Talon para a NASA

A NASA utiliza os antigos T-38 Talon, de origem militar, mas convertidos para uma versão civil avançada, para nosso treinamento operacional. São aeronaves supersônicas da mesma "família" dos F-5 Tiger utilizados pela Força Aérea Brasileira. Com minha experiência como piloto de provas utilizando essas aeronaves para testes de armamentos da FAB, pude contribuir com a segurança de voo aqui na NASA ao observar que utilizavam apenas as tabelas do manual de voo para calcular alcances em situação de baixo nível de combustível ou mau tempo.

Desenvolvi uma carta gráfica que fornecia maior precisão e facilidade de uso nessas citadas situações. Meus gráficos foram inclídos nos check-lists utilizados por todos os astronautas quando voando os T-38 Talon, aumentando a segurança de voo.

2000


Conclusão do Curso de Formação de Astronautas na NASA

Conclui o curso de astronauta na classe 17 de astronautas da NASA em dezembro de 2000. Minha classe tinha 32 membros, sendo 26 especialistas de missão (Engenheiros de Voo) e 6 pilotos de ônibus espacial. Os pilotos são todos americanos, e o grupo de especialistas de missão contém 6 astronautas internacionais, incluindo um do Brasil: eu.

A conclusão dos 2 anos de curso na NASA ou em Star City é requisito para ser astronauta profissional. Ao concluir o curso, tornei-me o Primeiro Astronauta Brasileiro e também o Primeiro Astronauta Lusófono e o Primeiro Astronauta Profissional que voa com a bandeira (à disposição) de um país do Hemisfério Sul do Planeta, o que, para mim, foi motivo de muito orgulho – assim como tive grande satisfação ao saber que me formei com a maior média da minha turma de astronautas.

Certamente existem astronautas que nasceram em países do hemisfério sul, mas que são cidadãos americanos e voam apenas com a bandeira americana, não tendo qualquer ligação ou responsabilidade com os paises onde nasceram.

O Brasil é o único país do Hemisfério Sul da Terra que possui um astronauta profissional à sua disposição. Por essa razão, resolvi incluir a conclusão desse curso nesta lista.

1998


Seleção Pública para a Turma 17 de Astronautas da NASA

Era a primeira vez que a NASA realizava uma seleção pública de astronautas no Brasil. Sendo um concurso público, certamente o número de candidatos era grande. Não sei este número ao certo, mas o fato de ter sido o selecionado, entre tantos excelentes candidatos, em um país com quase 200 milhões de habitantes, é algo que me deixa muito orgulhoso. Por essa razão, inclui aqui como um evento selecionado entre as minhas realizações profissionais.


Conclusão do Mestrado na USNAVY

A conclusão do meu mestrado na Naval Postgraduate School, que é uma escola da Marinha Americana, em Monterey, California, USA, foi bastante marcante na minha vida. Aquele curso marcou a transição da minha família para a vida em outro país e, apesar disso representar um grande desafio, meus filhos e minha mulher se adaptaram muito bem à cultura e à língua em um país diferente.

Fiquei muito orgulhoso da performance e do comportamento que tiveram.

Isso me ajudou na concentração aos estudos e me permitiu concluir aquele curso no topo da minha turma, com menção honrosa e um convite para ficar na universidade nos estudos a nível PhD e talvez fururamente me tornar professor da instituição.

1997


Desenvolvimento de Inovação no Sistema IR de Proteção para Navios de Guerra

Enquanto trabalhava nas pesquisas de mestrado, desenvolvi a teoria necessária para ampliar o alcance dos sensores de infra-vermelho usados nos navios de guerra para detectar mísseis à baixa altura em constraste com a superfície do mar.

Esse estudo tornou-se a base da minha tese de mestrado e o desenvolvimento do equipamento para ser implementado nos navios estavam no escopo do meu PhD. Outros alunos da instituição acabaram por seguir nas mesmas pesquisas para desenvolver tais sistemas.

Desde criança tenho fascinação por ciência e tecniologia e pelo poder do conhecimento para "criar" novos equipamentos. Por essa razão, incluí esse evento da minha carreira nesta lista de realizações selecionadas.

1995


Conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica

O curso de Aperfeiçoamento de Oficiais é um curso obrigatório na carreira dos oficiais da Aeronáutica. Ele tem duração de 3 meses e é ministrado na Universidade da Força Aérea, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, RJ. Aquele curso representou um período bastante saudável da minha vida e tive a felicidade de concluir o curso na primeira colocação na classificação geral entre mais de uma centena de oficiais de diversas turmas da Força Aérea. Foi uma conquista profissional significativa.


Avaliação de Caças para o Programa FX da Força Aérea

Como piloto de testes da Força Aérea, pude trabalhar em diversos projetos interessantes, entre eles, tive a satisfação de avaliar inicialmente 3 caças de ponta da década de 1990 para a possível compra da FAB para substituição dos antigos Mirages: o F-16 Falcon, o F-18 Hornet e o Mig-29 Fulcrum.

Este ano, em 2013, finalmente o Governo decidiu efetuar a compra dos novos caças para a FAB. O resultado final foi para o caça sueco SAAB Gripen NG. Serão 36 aeronaves a um custo total do pacote de 4.5 Bilhões de dólares (aproximadamente o custo de 450 Missões Centenário).


Desenvolvimento de Míssil e Armamentos para a Força Aérea

Como piloto de testes, eu era o responsável pela divisão de testes de armamentos e "abertura de envelope" (testes de limites de aeronaves da FAB com equipamentos novos).

Participei do desenvolvimento de dezenas de armamentos nacionais para a Força Aérea, incluindo o primeiro missil ar-ar MAA-1 nacional, fabricado pela Mectron. Nesse projeto, tive o prazer de ser o "chase" (aeronave de segurança) durante o primeiro lançamento do equipamento nacional (realizado pelo então Maj. Jordão) e, no dia seguinte, realizei o segundo lançamento daquele tipo de míssil em aeronave da FAB.

Esses eventos merecem ser registrados nesta lista.

1994


Conclusão do Curso de Pilotos de Testes de Aeronaves

Conclui o curso de pilto de testes de aviões na Divisão de Ensaios em Voo da Força Aérea em primeiro lugar da minha turma. Considerando a dificuldade do curso e a qualidade dos meus colegas de turma. fiz questão de registrar esse evento como uma realização profissional significativa.

1993


Conclusão do Curso de Engenharia Aeronáutica no ITA

Iniciei o curso de engenharia no ITA já casado e com um filho. A minha condição era diferente dos meus amigos de turma, que eram jovens solteiros, recém saídos do ensino médio e todos com uma capacidade intelectual invejável.

Eu e minha família tivemos que morar por dois anos em um quarto de hotel, já que meu salário não permitia alugar um imóvel fora da base aérea. Concluir o curso do ITA foi um desafio vencido não por mim, mas por minha esposa e meus filhos, que souberam contornar a situação e transformar o curso em um projeto de todos nós. No final, conclui o curso no topo da minha turma de engenharia aeronáutica e com 3 menções honrosas: Matemática, Estruturas Aeronáuticas e Dinâmica de de Voo.

Registro esse evento aqui em homenagem à minha família.

1984


Conclusão do Curso da Academia da Força Aérea

Conclui o Curso na Academia da Força Aérea em sexto lugar entre 122 aviadores A classificação não é o fator mais importante aqui. A razão deste evento estar registrado aqui é o fato dele ter marcado o início efetivo da minha carreira profissional como aviador. Isso foi uma grande realização profissional.