Trabalhar para o seu sucesso exige muito tempo e energia.
Temos limitações em muitas coisas. Não
possuímos tempo e energia infinitos. Qualquer gasto
extra, ou desperdício, desses recursos com alguma coisa
que não contribui para a realização dos
seus sonhos é, no mínimo, burrice.
Revanche é uma dessas burrices. Pior ainda, além
de fazer você desperdiçar seus recursos preciosos,
ela também faz com que você “ande para
trás”, seja uma pessoa inferior, infeliz.
Primeiro, a revanche nasce de longas e penosas horas de pensamentos
ruins. Idéias negativas que foram cultivadas e alimentadas
em sua mente através de inúmeras repetições
de um tipo de “filme”, onde você é
o personagem que sofre!
Lembre-se que seus pensamentos têm grande poder sobre
o seu futuro. Se você projeta uma imagem de sofrimento
a seu respeito, tenha certeza que será exatamente isso
que irá acontecer contigo. A natureza sempre irá
conspirar para que todos os seus pensamentos sobre você
mesmo tornem-se, um dia, realidade. Quando você passa
horas lembrando de alguma coisa ruim que alguém fez
para você, na verdade a única coisa que você
está fazendo é criar as possibilidades reais
de concretização de mais sofrimento para você...além
de perder tempo e energia.
OK! Você já sabe disso! Mesmo assim, indignado
com alguma agressão, cheio de raiva e ódio no
coração, você começa a traçar
planos para prejudicar aquela pessoa que, por alguma razão,
o fez sofrer no passado. Sente-se como “a” vítima.
Existe muita pena de você mesmo. Julga o seu gigante
agressor culpado por esse crime contra você, a pobre
criatura.
Notou como esses pensamentos o tornaram inferior, incapaz,
incompetente para manter a sua dignidade e classe, ignorar
o sofrimento e seguir no seu caminho. É como atestar
que aquilo que foi feito contra você é muito
superior aos seus objetivos. Seguindo nessa idéia,
portanto, quanto menor for a agressão feita, porém
merecedora da sua atenção e da sua revanche,
quanto menor também é a importância que
você declara de seus objetivos, dos seus sonhos, pois
você está deixando de trabalhar para atingi-los
em prol dessa nova prioridade: a revanche, a vingança!
Pense nisso: o que o inimigo mais quer? Não seria impedir
que você conquiste os seus sonhos? Que você seja
infeliz. No momento em que você alimenta pensamentos
ruins, sente-se infeliz e com pena de si mesmo, espumando
ódio e dedicando tempo e energia para planejar e executar
uma revanche, o inimigo está vencendo. Você está
fazendo exatamente o que ele quer. Parabéns! Você
acabou de ganhar o título de idiota do ano!
Se essa razão ainda não foi suficiente para
convencê-lo, lembre-se disso também: o resultado
da revanche é sempre contra você mesmo! O “prazer”
de prejudicar alguém é rapidamente substituído
por medo, remorso, e outros sentimentos ainda mais terríveis.
O “doce sabor da vingança” é simplesmente
o gosto do veneno que você mesmo ingere ao fazer mal
para alguém. Trazer a “justiça”
para as próprias mãos significa tirar a justiça
das mãos Daquele que realmente tem esse direito e dever.
Alguém que sabe muito mais do que você. Se você
não acredita nisso, basta esperar. Vingado, você
ainda tem uma vida para viver e ser julgado, e depois não
adianta reclamar “da sorte”.
Alguém muito sábio disse um dia para, após
a agressão, “oferecer a outra face”. Assim,
quando prejudicado ou agredido, não gaste tempo e energia
lembrando do fato infeliz, ou planejando e executando vinganças.
Deixe a justiça nas mãos de quem de direito.
Continue a trabalhar para o seu próprio sucesso. Concentre
suas forças e seus recursos nessa direção.
Não se inferiorize. Não trabalhe para o inimigo.
Não sinta pena de você mesmo, sinta orgulho!
Tenha fé e persistência. Ofereça ajuda.
Mostre ao seu inimigo que você é muito maior
do que seus fúteis esforços. Sorria aberta e
descaradamente da sua patética tentativa de tirá-lo
de sua trajetória de felicidade e siga em frente com
a cabeça erguida.
Marcos
Pontes
Colunista,
professor e primeiro astronauta profissional lusófono
a orbitar o planeta, de família humilde, começou
como eletricista aprendiz da RFFSA aos 14 anos, em Bauru (SP),
para se tornar oficial aviador da Força Aérea
Brasileira (FAB), piloto de caça, instrutor, líder
de esquadrilha, engenheiro aeronáutico formado pelo
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
piloto de testes de aeronaves do Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE), mestre em Engenharia de Sistemas graduado
pela Naval Postgraduate School (NPS USNAVY, Monterey - CA). |