Virtualmente tudo o que fazemos é resultado de algum
tipo de hábito. O modo de falar, trabalhar, interagir
com outras pessoas, dirigir, pensar, gastar dinheiro, etc,
tudo sempre tem uma grande influência dos nossos “procedimentos
automáticos”.
Nosso comportamento em todas as áreas da vida são
fortemente baseados em nossas experiências acumuladas
desde a nossa infância. Durante as atividades do dia-a-dia,
mais de 90% das nossas respostas são automáticas,
como idéias pré-concebidas e ações
inconscientes dependentes dos “inputs” do ambiente
e situação.
Embora isso seja prático e use menor energia, afinal
não temos que repensar soluções para
problemas similares a cada instante, o desenvolvimento de
hábitos também pode ser um dos maiores obstáculos
para conseguirmos realizar os nossos sonhos.
Eles tendem a nos fazer patinar no mesmo lugar. Continuamos
a fazer as mesmas coisas das mesmas maneiras, mesmo quando
sabemos que podemos e devemos mudar alguma coisa para melhorar
em alguma área. É como diz a primeira lei de
Newton na física clássica: um corpo permanecerá
em movimento retilíneo uniforme ou em repouso até
que uma força externa atue sobre ele. No caso do comportamento,
essa “força” chama-se motivação.
Um agravante: em situação de “estresse”,
a nossa resposta usual é fazer “mais da mesma
coisa!” Assim, tendemos a ficar tentando uma solução
que notadamente não deu resultado, mesmo que exatamente
essa “coisa” tenha sido a causa primária
do “estresse”!
Coisa doida, não é mesmo?
Pense sobre bebida. Apesar de haver, nesse caso um fator fisiológico
de dependência química envolvida, é fácil
observar que pessoas com inúmeros problemas na vida
ligados, direta e indiretamente, ao consumo de álcool,
sabem conscientemente que a bebida é a raiz dos problemas,
porém tendem, especialmente nos momentos de crise,
a beber ainda mais como “solução”
para “esquecer e afogar esses mesmos problemas”.
Esse ciclo realimentado de hábitos ruins é extremamente
perigoso, podendo levar a todos os tipos de resultados sérios,
como depressão e outras doenças.
As perguntas que surgem são: como evitar entrar nesse
ciclo? Como evitar hábitos ruins? Como desenvolver
hábitos bons? É possível fazer isso?
A boa notícia é que TODOS os comportamentos
podem ser desenvolvidos com treinamento e técnicas
estruturadas. Contudo, primeiro é necessário
ter a devida motivação, forte e continuada,
por um objetivo claro e realista. Esta é a maneira
de sair ou evitar entrar no ciclo descendente dos hábitos
ruins.
Sim! Todos nós podemos nos livrar dos hábitos
ruins e criar hábitos bons, ou “procedimentos
padronizados”, que se alinhem exatamente com a nossa
expectativa de performance necessária para atingir
uma determinada meta. Como ponto de partida, basta que essa
meta seja suficientemente atraente para sobrepujar nossa tendência
de permanecer dentro da nossa zona de conforto e ao redor
dos nossos antigos hábitos. Você já falou
coisas como: “não me sinto seguro”, “assim
sempre funcionou”, “e se eu errar?”, etc?
Note que todas as nossas decisões e ações
são inicialmente motivadas por apenas duas emoções:
medo e prazer. Fugimos do que nos dá medo, e somos
atraídos pelo que nos dá prazer. Isso é
natural. O problema acontece quando não interpretamos
corretamente uma situação que deveria causar
uma ou outra dessas duas emoções. Quando isso
acontece, podemos sentir prazer com algo que deveria, em plena
consciência, nos dar medo (como drogas, riscos inúteis,
etc), ou sentir medo do que deveria nos dar prazer (como aprender,
mudar de vida para melhor, etc).
Observe que temos hábitos de resposta exterior e interior.
Isto é, como resposta exterior, em face de uma determinada
situação nós respondemos com gestos,
ações, expressões, palavras, etc. Como
resposta interior, nós “pensamos alguma coisa”,
“interpretamos” e julgamos o que “podemos”,
“ou não”, fazer. A resposta interior ocorre
primeiro, depois, talvez, virá, ou não, a resposta
exterior.
Ou seja, os hábitos de resposta interior, ou as nossas
“primeiras idéias” perante uma determinada
situação, são os mais importantes, pois
determinam as nossas expectativas de performance para trabalhar
aquela situação. Essas expectativas, por outro
lado, são as bases da nossa atitude (otimista ou pessimista)
que, no final das contas, será o determinante das ações
que nos levarão ao sucesso ou à falha. Quantas
vezes você já pensou, mesmo sem qualquer análise
mais profunda da situação, coisas como: “eu
não consigo fazer isso!”, “isso não
é para mim!”, “isso é muito complicado!”,
“nada funciona comigo!”, etc?
É claro que esses hábitos mentais ruins de resposta
interior são os mais difíceis de mudar. Porém,
se você quiser ter sucesso e “mudar de situação”,
você precisa descartar tudo o que não serve,
ou atrapalha, na sua caminhada para as suas metas. Os hábitos
ruins devem ser substituídos por hábitos compatíveis
com a sua nova vida. Eles devem ser congruentes com a vida
que você sonha ter.
Descartar hábitos mentais ruins será a coisa
mais difícil que você já fez, mas saber
fazer isso é uma característica comum das pessoas
de sucesso. Lembre-se disso: hábitos ruins são
fáceis de adquirir e difíceis de carregar ao
longo da vida. Hábitos bons são difíceis
de adquirir e fáceis de carregar na vida!
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