Simone
Menocchi
O
presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Sérgio
Gaudenzi, disse ontem em São José dos Campos,
no Vale do Paraíba, que, apesar de dificuldades como
falta de dinheiro e de profissionais, o País cumprirá
todas as etapas do Programa Espacial até 2014.
Entre
os desafios está a reconstrução da
Base de Lançamento de Alcântara, no Maranhão,
e o lançamento do Veículo Lançador
de Satélites (VLS). A base de Alcântara foi
destruída depois de um acidente em agosto de 2003,
quando morreram 21 técnicos e engenheiros durante
os testes para o lançamento do VLS.
Segundo
Gaudenzi, os salários pagos aos profissionais da
área continuam insatisfatórios, fazendo que
muitos migrem para outros ramos. Ele também reclamou
da falta de verbas. 'Os recursos destinados agora são
de US$ 100 milhões; o pedido do Programa Nacional
de Atividades Espaciais era de US$ 200 milhões, ou
10% do que é investido pela Índia.'
Para
ele, porém, a retomada da base de Alcântara
poderá reverter esse quadro. 'Alcântara é
o mais bem posicionado centro de lançamento do mundo.
A partir da reconstrução, nós vamos
disputar o mercado com os Estados Unidos, com a França
e outros países. O Brasil vai entrar em um mercado
de US$ 10 bilhões.' Dois vôos, os primeiros
depois do acidente de 2003, devem ser realizados até
o final do próximo ano e início de 2008.
Os
resultados dos oito experimentos realizados pelo astronauta
Marcos Pontes a bordo da Estação Espacial
Internacional (ISS) estão sendo avaliados por cientistas
no Instituto Nacional de Pesquisa Aeroespacial (Inpe) em
São José dos Campos. A revisão prossegue
até hoje à tarde.