Pontes
disse que vai tentar reunir recursos para que a
Agência Espacial Brasileira reconstrua seu
Veículo Lançador de Satélites
Marcos Pontes apresenta os resultados de suas pesquisas
no espaço » Veja o vídeo
O
astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes afirmou
que vai ajudar a Agência Espacial Brasileira
na reconstrução e lançamento
do Veículo Lançador de Satélites
(VLS). Pontes participou de uma entrevista coletiva
na sede do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), em São José dos Campos,
sobre os resultados da Missão Centenário,
que o levou à Estação Espacial
Internacional (ISS) em abril deste ano.
Como
já havia dito anteriormente em seu blog no
G1, Pontes deixou claro que não vai deixar
de trabalhar no Programa Espacial Brasileiro, mesmo
tendo entrado para a reserva da Força Aére.
E, segundo o astronauta, “reserva” não
significa aposentadoria. “No dia que eu me
aposentar, pode levar flor para pôr em cima”,
brincou.
Marcos
Pontes pretende atuar buscando recursos e ferramentas,
com parceiros nacionais e internacionais, para sustentar
o programa. "Vou fazer contatos no exterior
e também dentro do país. Continuo
assessorando a agência tanto em Houston como
em São Paulo”, disse ele. "Vou
explicar para a indústria porquê investir
em ciência e tecnologia, ir ao Congresso e
tentar fazer leis neste sentido. Sei que posso ajudar
nesse setor”, completou.
O
astronauta aproveitou a oportunidade para criticar
a burocracia do atual sistema de transferência
de tecnologia do governo para a iniciativa privada.
"É um processo lento, demorado e pouco
eficiente. Aqui no Brasil a gente opera num sistema
um tanto difícil em termos de transferência
de produtos de pesquisa e desenvolvimento para a
indústria", afirmou.
O
coordenador da Missão Centenário,
Raimundo Mussi, rebatou as críticas feitas
por alguns setores da sociedade sobre os custos
do envio de Pontes ao espaço. "Durante
sete anos houve aportes orçamentários
que nunca foram contestados. Poucos dias antes do
vôo foram se preocupar com o custo-benefício?
O assunto foi levantado intempestivamente em momento
inoportuno”, disse ele.
O
desenvolvimento de um Veículo Lançador
de Satélites é um dos principais objetivos
da Agência Espacial Brasileira. Depois de
duas tentativas frustradas de lançamento,
um trágico acidente com o último VLS
resultou na morte de 21 técnicos e engenheiros,
em agosto de 2003, no Centro de Lançamento
de Alcântara, no Maranhão.