Leila
Gapy
Os
32 alunos da Escola do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) “Gaspar Ricardo Júnior”,
de Sorocaba, que participaram das Olimpíadas do Conhecimento
Estadual na semana passada, em São Paulo, foram homenageados
ontem pela manhã, pela diretoria do Senai local.
Sete deles venceram os concorrentes em seis modalidades
diferentes e trouxeram para Sorocaba medalhas dos primeiros
lugares das classificações. Três desses
alunos tiveram excelente desempenho e foram premiados com
medalhas de ouro, em duas modalidades, e irão para
a segunda etapa das olimpíadas, a nacional, no ano
que vem, que indicará os concorrentes à última
etapa, a internacional.
Na
homenagem, que aconteceu no auditório da escola,
o diretor Jocilei Oliveira foi claro ao lembrar do astronauta
Marcos César Pontes,
primeiro brasileiro a viajar pelo espaço, ex estudante
do Senai. Oliveira comentou uma fala do astronauta quanto
a conquista dos sonhos, quando é preciso apenas confiança,
coragem e preparo. Depois, alguns alunos, emocionados, tiveram
a vez da palavra e expressaram a importância da oportunidade
de participar das olimpíadas para crescimento pessoal
e profissional. Os 32 estudantes foram aplaudidos pelos
demais alunos da escola, presentes na homenagem que também
lembrou os instrutores, professores que se disponibilizaram
à ajudá-los a concorrer com outros 750 estudantes
do Estado.
Segundo
o diretor da escola, o objetivo das olimpíadas é
divulgar as realizações e o conhecimento dos
estudantes, assim como incentivá-los no aperfeiçoamento
profissional. Das 44 modalidades oferecidas pelo concurso,
22 tiveram participação dos sorocabanos. Seis
delas tiveram classificação em ouro, prata
e bronze. A dupla Mariana Pantano Francisco e Rodrigo de
Oliveira Lima, ambos de 16 anos, venceram outras quatro
equipes na modalidade “Segurança do Trabalho”
e trouxeram a medalha de ouro para casa. Depois de mais
de um ano de estudo e dedicação, Mariana sintetiza:
“Todos lá eram muito bons. Sabia que tinha
chances, mas não imaginava o primeira lugar”,
conta ela que é a única mulher da classe que
cursa elétrica.
“Aprendemos
também que não há diferença
entre os sexos, nem profissões específicas.
O que há na verdade são habilidades e desempenho.
Isso, homens ou mulheres podem conquistá-las”,
garante ela que também afirma, ganhou um irmão,
referindo-se à Rodrigo Lima. Ele, que é estudante
de mecânica automobilística já avisa.
“Agora é estudar para a etapa nacional e quem
sabe, a internacional”.
No
entanto, as olimpíadas também foram realizadas
para e com estudantes portadores de necessidades especiais.
O que serviu também como forma de inclusão,
afirma o diretor. Exemplo disso é a estudante Viviane
Aparecida Almeida, de 22 anos. Surda desde que nasceu, resolveu
aprender a arte do manuseio com cerâmica por se espelhar
na avó, ex-artesã.
No
decorrer do curso, se inscreveu para as olimpíadas
e ficou com a medalha de prata entre sete concorrentes do
Estado. Ela ressalta que o principal objetivo é mostrar
aos deficientes que é possível conquistar
espaço, profissões e sonhos. “Espero
divulgar que fui capas de ganhar e no futuro ensinar colegas
surdos a arte da cerâmica”, sintetiza num relato
emocionado ao lembrar a felicidade da mãe ao saber
do resultado. “Ela chorou e me deu um presente no
dia seguinte”, comemora a vencedora do concurso e
da vida, como afirma.