Aeronáutica poderá contar com o Astronauta no Congresso

12/08/2014

Depois de mais de 35 anos de serviço pelo Brasil, incluindo a realização da Missão Centenário com sucesso, quando se tornou o primeiro brasileiro a sair da órbita terrestre, o Tenente-Coronel Aviador Marcos Pontes, único astronauta brasileiro, enfrentará uma nova empreitada na carreira como candidato a deputado federal pelo Estado de São Paulo. Ele continua a disposição do país como astronauta para novas missões espaciais. Contudo, com um histórico de patriotismo e missões cumpridas com sucesso pelo Brasil como Militar, Engenheiro do ITA e Embaixador da ONU, ele agora coloca seus sonhos pessoais de voltar ao espaço em espera para encarar a nova e difícil missão de levar valores da caserna, ética e competência profissional para a Política Nacional, hoje afundada em interesses pessoais, corrupção e ideologia comunista.

Coragem, lealdade, honra, dever e pátria. Esses são os valores que Pontes levará para dentro do Congresso Nacional. “Resolvi me candidatar para levar esses ensinamentos ao Congresso e ajudar a evitar que o Brasil derive para problemas semelhantes aos da Venezuela", afirmou.
Durante sua longa carreira militar além das funções administrativas, foi Piloto de Caça, Instrutor, Líder de Esquadrilha, Engenheiro, Segurança Operacional e Piloto de Testes. Ao longo desses anos, Pontes teve a oportunidade de voar praticamente todas as aeronaves da Força Aérea Brasileira. Segundo ele, um dos principais fatores que o motivaram a disputar uma vaga ao Congresso Nacional, foi justamente essa experiência de ter trabalhado com a proteção do país durante tantos anos: "Eu fui treinado para defender o Brasil de inimigos externos e internos, e é isso que me leva a entrar para a política nesse momento crítico. Nós não podemos ser covardes vendo tanta coisa errada com o país e continuarmos complacentes.", pontuou.

Para se candidatar a deputado federal neste ano, Pontes foi convidado por seu amigo Eduardo Campos a filiar-se no ano passado ao PSB — partido tradicionalmente ligado ao programa espacial e que comandava o Ministério da Ciência e Tecnologia à época de seu voo espacial, em 2006. Com a decisão, o astronauta brasileiro segue caminho similar ao de outros pioneiros do espaço, como John Glenn, primeiro americano a orbitar a Terra, e Harrison Schmitt, primeiro geólogo a visitar a Lua.

Não foi uma escolha simples e nem ideológica, assumiu o Astronauta. "Minha ideologia é o Brasil e a reconstrução da infraestrutura para permitir que cidadãos possam estudar, trabalhar, terem sucesso e serem reconhecidos pelo seu esforço pessoal, independentemente se são filhos de servente, como eu, ou de famílias ricas. Eu acredito em Conhecimento, Trabalho e Disciplina para desenvolver o país. Mostre-me algum país desenvolvido que não possua esses três valores no seu povo."

Logo após voltar do espaço, ele foi pressionado para entrar na política, mas rejeitou a ideia. Agora, oito anos mais velho, e com muito mais experiência pessoal e profissional sendo, além de astronauta, consultor técnico, empresário, embaixador da ONU, professor, escritor, pesquisador, fundador de 2 institutos e duas fundações com diversos projetos de desenvolvimento social e econômico dentro e fora do Brasil, Pontes foi contagiado pelas manifestações que tomaram conta do país desde junho do ano passado para aceitar o convite.

Como encara essa nova empreitada?

MP - Tenho cumprido missões pelo Brasil desde o começo da minha carreira como piloto de combate e piloto de teste da Força Aérea, e como astronauta. Eu jurei defender e ajudar o país sempre em qualquer coisa que eu for escalado, então vejo essa possibilidade como uma missão. Cumprir a missão, cumprir bem feito e fazer o que tem que ser feito. Quero ajudar a construir um país mais evoluído a partir de educação, ciência e tecnologia aplicadas para melhorar a vida das pessoas no dia a dia.


Sua trajetória de vida é inspiração para muitos outros civis e militares. Não tem medo de arranhar essa imagem entrando na política?

MP - Durante toda minha carreira eu coloquei minha vida à disposição para ajudar o país. Pode ter certeza que a motivação por trás de tudo isso não é salário ou cargos; é algo muito mais forte e que anda em falta no Brasil: patriotismo. O país é mais importante que minha imagem ou que minha vida. Se as pessoas têm um sonho de resolver o “problema político”, precisam tomar consciência de que é importante a participação de todos para atrair para a política pessoas honestas e que, acima de tudo, amem nosso país. Nunca devemos fazer o contrário, isto é, desanimar ou afastar pessoas e profissionais bons da política. Infelizmente, essa atitude ilógica é o que vemos hoje no Brasil, e isso tem que mudar para mudarmos a imagem da política.


Algumas pessoas te criticaram por ter ido para a reserva logo após a missão espacial. Como encara essa situação?

MP - Encaro essas críticas como extremamente injustas, fruto do desconhecimento ou maldade por agentes pagos para atacar setores da minha atividade. Seria muito mais confortável para mim continuar na ativa, mas temos que cumprir o Regulamento de Promoções da Aeronáutica que exige a conclusão com sucesso do Curso de Comando e Estado Maior para a promoção a Coronel com a minha turma. Por estar a serviço do Brasil na função civil de astronauta em Houston desde 1998, quando fui selecionado por concurso público pela NASA/AEB, eu não tive como fazer o curso. Assim, o posto de Tenente Coronel era o máximo na minha carreira militar.


O que seria necessário para fazer o Curso de Estado Maior?

MP - Para fazer o curso eu teria que abandonar a função civil de astronauta, ficar um ano no Rio de Janeiro e concluir o curso antes de “levar carona” da próxima turma. Nesse caso supondo que eu conseguisse, a Aeronáutica ganharia mais um Coronel aviador, entre centenas deles, mas o Brasil perderia seu Único Astronauta. Portanto, o Comandante da Aeronáutica acertadamente julgou ser muito mais inteligente e eficiente para a Aeronáutica e para o Brasil me transferir para a reserva militar naquele momento e assim abrir a possibilidade para que eu expandisse minhas atividades dentro e fora do país, como embaixador da ONU, por exemplo, criando fundações e entrando para a política, o que pode trazer muito mais benefícios para o Brasil e para das Forças Armadas.


O que você pretende defender no Congresso?

MP - Primeiramente gostaria de quebrar o paradigma de que profissionais de sucesso e honestos devem ficar longe da política. Gostaria também de propor a participação popular direta e prática na elaboração de propostas de legislação no Congresso Nacional (Saiba mais no Facebook sobre o Projeto Decola Brasil 4077), desenvolver a gestão e a qualidade na educação, desenvolver projetos de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia aplicados para soluções do dia a dia em áreas como Segurança, Saúde, Educação, Sustentabilidade, Transporte Público, trabalhar na redução de diferenças sociais, e também fazer possível para melhorar a segurança pública e a defesa do país, através da valorização dos militares.