Depois de mais de 35 anos de serviço pelo Brasil, incluindo
a realização da Missão Centenário
com sucesso, quando se tornou o primeiro brasileiro a sair da
órbita terrestre, o Tenente-Coronel Aviador Marcos Pontes,
único astronauta brasileiro, enfrentará uma nova
empreitada na carreira como candidato a deputado federal pelo
Estado de São Paulo. Ele continua a disposição
do país como astronauta para novas missões espaciais.
Contudo, com um histórico de patriotismo e missões
cumpridas com sucesso pelo Brasil como Militar, Engenheiro do
ITA e Embaixador da ONU, ele agora coloca seus sonhos pessoais
de voltar ao espaço em espera para encarar a nova e difícil
missão de levar valores da caserna, ética e competência
profissional para a Política Nacional, hoje afundada em
interesses pessoais, corrupção e ideologia comunista.
Coragem, lealdade, honra, dever e pátria. Esses são
os valores que Pontes levará para dentro do Congresso Nacional.
“Resolvi me candidatar para levar esses ensinamentos ao
Congresso e ajudar a evitar que o Brasil derive para problemas
semelhantes aos da Venezuela", afirmou.
Durante sua longa carreira militar além das funções
administrativas, foi Piloto de Caça, Instrutor, Líder
de Esquadrilha, Engenheiro, Segurança Operacional e Piloto
de Testes. Ao longo desses anos, Pontes teve a oportunidade de
voar praticamente todas as aeronaves da Força Aérea
Brasileira. Segundo ele, um dos principais fatores que o motivaram
a disputar uma vaga ao Congresso Nacional, foi justamente essa
experiência de ter trabalhado com a proteção
do país durante tantos anos: "Eu fui treinado para
defender o Brasil de inimigos externos e internos, e é
isso que me leva a entrar para a política nesse momento
crítico. Nós não podemos ser covardes vendo
tanta coisa errada com o país e continuarmos complacentes.",
pontuou.
Para se candidatar a deputado federal neste ano, Pontes foi convidado
por seu amigo Eduardo Campos a filiar-se no ano passado ao PSB
— partido tradicionalmente ligado ao programa espacial e
que comandava o Ministério da Ciência e Tecnologia
à época de seu voo espacial, em 2006. Com a decisão,
o astronauta brasileiro segue caminho similar ao de outros pioneiros
do espaço, como John Glenn, primeiro americano a orbitar
a Terra, e Harrison Schmitt, primeiro geólogo a visitar
a Lua.
Não foi uma escolha simples e nem ideológica, assumiu
o Astronauta. "Minha ideologia é o Brasil e a reconstrução
da infraestrutura para permitir que cidadãos possam estudar,
trabalhar, terem sucesso e serem reconhecidos pelo seu esforço
pessoal, independentemente se são filhos de servente, como
eu, ou de famílias ricas. Eu acredito em Conhecimento,
Trabalho e Disciplina para desenvolver o país. Mostre-me
algum país desenvolvido que não possua esses três
valores no seu povo."
Logo após voltar do espaço, ele foi pressionado
para entrar na política, mas rejeitou a ideia. Agora, oito
anos mais velho, e com muito mais experiência pessoal e
profissional sendo, além de astronauta, consultor técnico,
empresário, embaixador da ONU, professor, escritor, pesquisador,
fundador de 2 institutos e duas fundações com diversos
projetos de desenvolvimento social e econômico dentro e
fora do Brasil, Pontes foi contagiado pelas manifestações
que tomaram conta do país desde junho do ano passado para
aceitar o convite.
Como
encara essa nova empreitada?
MP - Tenho cumprido missões pelo Brasil
desde o começo da minha carreira como piloto de combate
e piloto de teste da Força Aérea, e como astronauta.
Eu jurei defender e ajudar o país sempre em qualquer coisa
que eu for escalado, então vejo essa possibilidade como
uma missão. Cumprir a missão, cumprir bem feito
e fazer o que tem que ser feito. Quero ajudar a construir um país
mais evoluído a partir de educação, ciência
e tecnologia aplicadas para melhorar a vida das pessoas no dia
a dia.
Sua trajetória de vida é inspiração
para muitos outros civis e militares. Não tem medo de arranhar
essa imagem entrando na política?
MP - Durante toda minha carreira eu coloquei
minha vida à disposição para ajudar o país.
Pode ter certeza que a motivação por trás
de tudo isso não é salário ou cargos; é
algo muito mais forte e que anda em falta no Brasil: patriotismo.
O país é mais importante que minha imagem ou que
minha vida. Se as pessoas têm um sonho de resolver o “problema
político”, precisam tomar consciência de que
é importante a participação de todos para
atrair para a política pessoas honestas e que, acima de
tudo, amem nosso país. Nunca devemos fazer o contrário,
isto é, desanimar ou afastar pessoas e profissionais bons
da política. Infelizmente, essa atitude ilógica
é o que vemos hoje no Brasil, e isso tem que mudar para
mudarmos a imagem da política.
Algumas pessoas te criticaram por ter ido para a reserva logo
após a missão espacial. Como encara essa situação?
MP - Encaro essas críticas como extremamente
injustas, fruto do desconhecimento ou maldade por agentes pagos
para atacar setores da minha atividade. Seria muito mais confortável
para mim continuar na ativa, mas temos que cumprir o Regulamento
de Promoções da Aeronáutica que exige a conclusão
com sucesso do Curso de Comando e Estado Maior para a promoção
a Coronel com a minha turma. Por estar a serviço do Brasil
na função civil de astronauta em Houston desde 1998,
quando fui selecionado por concurso público pela NASA/AEB,
eu não tive como fazer o curso. Assim, o posto de Tenente
Coronel era o máximo na minha carreira militar.
O que seria necessário para fazer o Curso de Estado Maior?
MP - Para fazer o curso eu teria que abandonar
a função civil de astronauta, ficar um ano no Rio
de Janeiro e concluir o curso antes de “levar carona”
da próxima turma. Nesse caso supondo que eu conseguisse,
a Aeronáutica ganharia mais um Coronel aviador, entre centenas
deles, mas o Brasil perderia seu Único Astronauta. Portanto,
o Comandante da Aeronáutica acertadamente julgou ser muito
mais inteligente e eficiente para a Aeronáutica e para
o Brasil me transferir para a reserva militar naquele momento
e assim abrir a possibilidade para que eu expandisse minhas atividades
dentro e fora do país, como embaixador da ONU, por exemplo,
criando fundações e entrando para a política,
o que pode trazer muito mais benefícios para o Brasil e
para das Forças Armadas.
O que você pretende defender no Congresso?
MP - Primeiramente gostaria de quebrar o paradigma
de que profissionais de sucesso e honestos devem ficar longe da
política. Gostaria também de propor a participação
popular direta e prática na elaboração de
propostas de legislação no Congresso Nacional (Saiba
mais no Facebook sobre o Projeto Decola Brasil 4077), desenvolver
a gestão e a qualidade na educação, desenvolver
projetos de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia aplicados
para soluções do dia a dia em áreas como
Segurança, Saúde, Educação, Sustentabilidade,
Transporte Público, trabalhar na redução
de diferenças sociais, e também fazer possível
para melhorar a segurança pública e a defesa do
país, através da valorização dos militares.