Atualizado em Fevereiro de 2014
Como surgiu essa "asneira"?
Desculpem a palavra, mas essa "Lenda" é realmente muito engraçada (rs). Só mesmo um "tolo" (aquele que fala "asneiras") para criar uma bobagem dessas e/ou acreditar que a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o órgão máximo da ciência no país, que possui os MAIORES cientistas brasileiros vivos, e a Agência Espacial Brasileira (AEB), com dezenas de engenheiros e cientistas, iriam gastar milhões para mandar um Astronauta Profissional da NASA/AEB ao espaço com esse objetivo. Pensar que teve gente que acreditou nisso é tão ridículo que chega a ser ilário. Mas, infelizmente, existem esses ingênuos.
Quais eram as possíveis razões da criação dessa bobagem contra a AEB?
- Motivo Incompetência:
- Alguns "profissionais" da ciência, revoltados com a própria incompetência e ao ver o sucesso da Agência Espacial Brasileira com o planejamento e execução da Missão Centenário, desesperadamente procuraram inventar qualquer coisa para menosprezar a missão espacial da AEB. Eles criaram a asneira e alguns acreditaram e até repetiram a bobagem, vestindo voluntariamente as mesmas "orelhas".
- Motivo Autopromoção:
- Criar e falar bobagens, em tempos de promoção de futilidade e medriocridade na sociedade, gera "5 minutos de fama" para aqueles que não têm competência para fazer algo de útil na vida.
O que eles usaram para propagar a "asneira"?
- A existência de 2 experimentos educacionais com as crianças da Secretaria de Educação de São José dos Campos no conjunto de 8 pesquisas científicas escolhidas pela Academia Brasileira de CIências (ABC) e pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para serem enviadas à Estação Espacial Internacional em 2006.
- A ignorância completa e a "preguiça de pensar" de alguns ingênuos que acreditaram e até até hoje repetem esse absurdo.
1. Como foram escolhidas as pesquisas enviadas pela AEB na sua primeira missão espacial?
- A AEB fez uma chamada pública do Programa Microgravidade.
- Entre mais de 100 candidatos, a AEB e a ABC selecionaram 10 pesquisas para a missão.
2. Na sua opinião os experimentos eram fracos comparados com os experimentos de outros países?
- De forma alguma!
- Como Astronauta Profissional Especialista de Missão do grupo da NASA para Manutenção da Estação Espacial Internacional, minha principal função a bordo é manter os sistemas da espaçonave operando normalmente, montar novos sistemas, configurar operações e responder às emergências.
- Executar experimentos é minha função secundária, contudo, não menos importante. No espaço, somos os olhos e as mãos dos cientistas.
- Lembre-se de que a ISS é um laboratório no espaço. Na Missão Centenário, além dos 8 experimentos do Brasil, tínhamos dezenas de outras pesquisas de outros paises. Executá-los era parte do meu trabalho também. Assim, tive plenas condições de comparar os experimentos dos nossos cientistas brasileiros com os experimentos de outros países: os nossos eram no mesmo nível de importância e complexidade dos outros.
3. Nossos cientistas eram ruins ou incompetentes comparados com os estrangeiros?
- Trabalho com cientistas de praticamente todo o Planeta. Os cientistas brasileiros escolhidos pela ABC para enviar experimentos na Missão Centenário eram excelentes, assim como as suas instituições de origem. Já os "cientistas" que criticaram seus experimentos, eu deixo o julgamento para vocês.
- Na verdade, nossos cientistas e seus experimentos foram muito elogiados (e copiados) pelos outros países.
- Apenas no Brasil, onde ainda não aprendemos a dar valor às coisas próprias (característica de países ainda não desenvolvidos), nossos cientistas nem sequer foram citados pela maioria dos veículos de imprensa.
4. Quais os tipos de experimentos que a AEB e a ABC escolheram?
- 4 experimentos tecnológicos - para desenvolver produtos
- 4 experimentos científicos - para desenvolver conhecimento.
- 2 experimentos educacionais - para desenvolver futuro.
5. Por que a imprensa falou apenas dos experimentos educacionais?
- Na verdade, incentivados pelas asneiras dos críticos, os veículos de imprensa pouco preparados falaram apenas de um experimento educacional: o experimento dos feijões das crianças de São José dos Campos. O segundo experimento educacional, "Cromatografia da Clorofila", parece que tinha um nome muito complicado para ser entendido por eles.
- Aparentemente, o experimento dos feijoezinhos era o único experimento que tinham condições intelectuais para compreender.
- Certamente, experimentos educacionais têm uma importância enorme, Mas não se pode desprezar os científicos e os tecnológicos.
- Além disso, em vez de citar o experimento educacional com o respeito e o carinho devido às nossas crianças e professores, frequentemente o faziam de forma jocosa e desreipeitosa. Uma demonstração clara da falta de prioridade e a ignorância com que a EDUCAÇÃO tem sido tratada no Brasil por muitos anos. Não é à toa que temos a vergonhosa penúltima posição no ranking mundial de qualidade de ensino.
6. E os outros países também fazem experimentos educativos no espaço? Ou isso foi uma invenção da AEB?
- TODOS os países desenvolvidos com acesso ao espaço fazem muitos experimentos educativos para motivar suas crianças para o estudo e as carreiras de ciência e tecnologia. E sempre são MUITO elogiados pelas suas respectivas imprensas e verdadeiros cientistas (que têm grande capacitade intelectual e visão de futuro para entender a importância desse tipo de atividade para o futuro e a continuidade de suas próprias áreas e projetos).
- Diga-se de passagem, alguns países já copiaram o experimento dos feijoezinhos da AEB (veja nos links logo abaixo)
- Aliás, ironicamente, a própria imprensa brasileira, e os mesmos críticos à AEB, aplaudiram em pé os experimentos educacionais de outros países como, por exemplo, aqueles feitos pela China, em 2013.
- Só como exemplo, veja nos links abaixo alguns experimentos similares ao experimento educacional tão "criticado" da AEB:
- A lista poderia continuar por dezenas de linhas, mas acho que você já percebeu a ideia: nós não sabemos dar valor às coisas do nosso país, e muito menos para a nossa EDUCAÇÃO!
- Enquanto isso, admiramos outros países.
7. Como astronauta, qual a sua participação na escolha dos experimentos nacionais para serem enviados ao espaço nas suas missões?
- Como astronauta, minha função junto à AEB em voos espaciais é puramente operacional. Isto é, sou subordinado operacionalmente à AEB e tenho por obrigação executar com sucesso todas as missões espaciais e procedimentos científicos exatamente como determinados pela AEB.
- Não tenho nenhuma participação administrativa com relação aos contratos efetuados ou escolha dos experimentos a serem executados.
- Contudo, acompanho o andamento e conheço as referências de valores no Brasil e em outros países dos projetos e programas científicos, assim como, obviamente, o seu valor e aplicação técnica.
8. Dos 10 experimentos escolhidos pela ABC e AEB, por que só voaram 8? Quais foram os experimentos realizados?