"Sonhos são as coisas mais preciosas que temos.
São como sementes que plantamos no nosso destino. Contudo, para germinarem e se transformarem em árvores de sucesso,
precisam do nosso trabalho diário e da nossa persistência!"
Marcos Pontes
Atualizado em Dezembro de 2013
Como astronauta profissional, para retornar ao espaço, existem os seguintes destinos/missões possíveis no cenário atual da exploração espacial no mundo:
Existem os diversos veículos disponíveis e em desenvolvimento no mundo para transporte de tripulação, por exemplo:
Atualmente, continuo à disposição do Governo Brasileiro, como único astronauta profissional já preparado e pronto, aguardando escalação para o meu segundo voo espacial, levando a bandeira do Brasil, pesquisas nacionais, e/ou outros itens de missão, conforme determinação da Agência Espacial Brasileira - AEB.
O Programa Espacial Brasileiro tem 3 setores básicos: Satélites, sob responsabilidade do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), Foguetes, sob responsabilidade do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e Centros de Lançamento, sob cuidados da Aeronáutica.
No momento o Programa Espacial Brasileiro está focado basicamente em satélites, visto a força política do INPE no sistema. E o programa, como um todo, está mais enfraquecido, dia a dia, por falta de divulgação científica e falta de conhecimento técnico por parte da classe política.
Não existe nenhuma perspectiva anunciada de qualquer projeto em relação a voos tripulados. Portanto, a probabilidade de eu ser escalado pela AEB para um segundo voo espacial nos próximos anos é perto de zero.
Por outro lado, no Programa Espacial Americano houve uma mudança significativa desde a decisão de parada dos voos dos ônibus espaciais. Os recursos do projeto têm sido investidos pela NASA no setor privado, visando promover novas empresas e empregos no setor aeroespacial.
Com isso, empresas como a SpaceX tem recebido pesados investimentos e já vem apresentando resultados signifcativos para transporte de carga e, futuramente, astronautas e turistas para o espaço. No seu programa, já desenvolveram um foguete, o Falcon, e uma cápsula, a Dragon, que já levou cargas para a Estação Espacial Internacional.
Assim, no meu caso, existe uma perspectiva real de retorno ao espaço, dentro dos próximos anos, através do setor privado, especialmente o americano, para o desenvolvimento e operação dos veículos de transporte e estações espaciais. Tenho recebido convites de várias empresas privadas nesse contexto.
Uma possibilidade é aguardar a remota possibilidade de escalação pelo Governo Brasileiro. Para isso, é necessário participar de forma mais intensa nas políticas e administração pública do Programa e influenciar positivamente as autoridades e políticos do país para que consigam enxergar e entender a importância de voos tripulados no programa espacial como ferramenta de desenvolvimento científico e de promoção do programa, o que é essencial para obtenção de recursos para os outros projetos do programa, como os satélites, que têm pouco ou nenhum apelo público.
Outra possibilidade é aceitar um convite internacional e partir para o setor privado como astronauta profissional, ajudando no desenvolvimento e operação de veículos de transporte ou estações privadas nos próximos anos.
O inconveniente dessa opção é o fato de ter de me afastar das minhas outras atividades no Brasil, especialmente aquelas ligadas à educação e o setor social. Eu acredito que possa ajudar bastante o país nessas áreas, mesmo que, para isso, tenha que entrar na política.
Ou seja, fica o dilema: seguir meu sonho de voltar ao espaço nos próximos anos; ou adiar esse sonho em prol de tentar ajudar o Brasil a sair da "proa" que estamos atualmente e que, sem dúvida nenhuma, nos levará a um desastre econômico e social nos próximos 5 ou 7 anos, se nada for feito imediatamente.
Certamente, existem diversos riscos à execução dos planos acima, entre eles: