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Foguete,
espaçonave, avião. Um ônibus espacial
é tudo isso. Hoje vamos explicar como ele executa essas
funções em um vôo típico normal
(sem emergências).
A
maioria dos procedimentos e verificações antes
do lançamento é executada remotamente pelo Controle
de Lançamentos no Centro Espacial Kennedy. Contudo,
a T-5 horas (tempo de lançamento menos 5 horas, ou
seja, faltando cinco horas para o lançamento), uma
equipe especial de técnicos e astronautas de apoio
entram no veículo para verificar se todos os interruptores
e controles estão na posição correta.
A tripulação entra no veículo duas horas
antes do lançamento. O tempo passa muito rápido,
pois há muitas coisas para serem verificadas e acionadas
antes do “acendimento” dos motores.
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A
T-6.9 segundos os computadores comandam a partida dos três
motores principais do veículo. O primeiro é
acionado exatamente a T-6.9 segundos. Os outros dois acionam
após intervalos de 120 milisegundos. Quando acendem,
os astronautas a bordo ouvem o ruído, sentem a vibração
e notam que o veículo inclina cerca de um metro (na
altura da cabine) em direção ao tanque externo.
O coração pulsa forte. Lá fora, milhares
de pessoas assistem, torcendo para que tudo dê certo.
A primeira delas está no mínimo a 5 quilômetros
de distância da torre de lançamento.
Os
motores são acelerados a 90% até T-3 segundos,
e o “timer” ajustado para 2.64 segundos é
disparado automaticamente. Quando ele chega a zero, os dois
Foguetes de Propelente Sólido (SRBs) são acionados.
Esse intervalo de tempo de 2.64 segundos é calculado
para que o acendimento dos foguetes ocorra quando o veículo
está retornando (a 90 graus vertical) do balanço
da partida dos motores principais. Os motores principais aceleram
até 102%.
O
empuxo dos SRBs cresce rápido e o veículo decola
exatamente a T-0 segundos. Da Cabine de Vôo é
possível ver a torre de lançamento “cair”
e se afastar do veículo. Ao cruzar o topo da torre,
o controle de vôo passa do Centro de Controle de Lançamentos
do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida,
para o Centro de Controle de Vôo do Centro Espacial
Johnson, em Houston, no Texas.
Sete
segundos após o lançamento, os astronautas sentem
e vêm nos indicadores de altitude o rolamento de 120
graus que coloca o veículo de cabeça para baixo.
Isso é feito para facilitar as transmissões
de telemetria e comandos de solo através da antena
que fica na parte superior da cabine. A antena da parte inferior
fica encoberta parcialmente pelo tanque externo.
Continua,
com a subida, na próxima.
Até
lá!
Abraços,
Marcos Pontes
Marcos
Pontes
Colunista,
professor e primeiro astronauta profissional lusófono
a orbitar o planeta, de família humilde, começou
como eletricista aprendiz da RFFSA aos 14 anos, em Bauru (SP),
para se tornar oficial aviador da Força Aérea
Brasileira (FAB), piloto de caça, instrutor, líder
de esquadrilha, engenheiro aeronáutico formado pelo
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
piloto de testes de aeronaves do Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE), mestre em Engenharia de Sistemas graduado
pela Naval Postgraduate School (NPS USNAVY, Monterey - CA). |